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Sobre Nós

Sobre Nós

Maria ria quando o Chico batia no meio do mar.
Apenas o Mar ia e vinha, enquanto o Chico no mar batia e Maria ria.

Chico amaria a risada de Maria, enquanto também o Mar ria do rio, que como um cisco, um Francisco, apenas fazia-lhe cócegas, que desaguavam pelos chicos olhos risonhos de Maria.

Maria, com quem sempre o Mar ia, era da Bahia
e com ela ninguém mexia,
Abelha rainha.

Chico, além de um tico de todos os rios,
era carioca, sambista, filho de Paulista,
avô pernambucano, bisavô mineiro, tataravô baiano.

Ah, mas Maria era também de todos os cantos e santos
e a filha de quem cantava Maria, Maria
e que, atrás da porta, ainda vivia
o feminino em que Chico se metia.

Maria também era forrozeira e de fevereiros.
Era Maria fumaça,
era Maria Bonita,
E era Maria das Graças,
Dona de divinas tetas.

Ah, e o Chico era também da ciência dos mangues e da lama,
da cerveja antes
do almoço pra melhor pensar,
e ainda era Filho da África Mama
e dançava pelas ruas saltitantes,
com seu fogo Jah.

Chico corpo, amor e revolução,
era papa e de ogum.
Maria, alma, céu e imensidão.
Santa e d'oxum.

Maria era rica, pobre, branca, indígena, preta, cantava e era cantada.
Chico era rico, pobre,
Branco, indígena, preto, cantava e era cantado.

E Maria e Chico mariavilhados se riam,
Maria Chico
Achicoalhados confluiam,
musa poeta,
em força que nunca seca.

Maria Chico era rio
caraiva pititico
dançando com o mar que ria na areia, sob o sol nascendo pra mais uma jornada e encontrando, ainda animada, a lua cheia.